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Visagismo: quando a estética vira arte

Uma das tendências eternas na área de estética é o visagismo. Apesar de o termo ter sido criado por Fernand Aubrey, em 1937, o conceito foi expandido pelo artista plástico e arte-educador Philip Hallawell, considerado hoje o “papa do visagismo”. Para ele, não se trata apenas de uma técnica, mas sim uma forma de arte.

Como speaker convidado, Hallawell ministrou a aula inaugural do curso de pós-graduação em Cosmiatria e Laser, do Instituto Lapidare, o primeiro centro de treinamento médico de alto padrão do Brasil especializado em cirurgia plástica e dermatologia da face, por meio de videoconferência. Na ocasião, ele explicou mais sobre o conceito de visagismo, abordou as complexidades do tema e os diferenciais para o profissional que domina a arte.

Segundo Hallawell, o visagismo é uma arte de duas fases. A primeira delas consiste em descobrir o que o cliente deseja expressar pela sua imagem. “Envolve uma consultoria, extrair da pessoa a intenção dela, fazer uma conscientização da pessoa, do que sua imagem expressa, o que o rosto expressa”, desenvolve o artista plástico. “A imagem fala, o rosto fala, e conversa com o cabelo, com a roupa, com a maquiagem etc., e cria impressões”, completa.

A segunda parte da arte é dedicada à criação da imagem pessoal que expressa quem a pessoa realmente é, revelando o melhor da sua identidade, com harmonia e estética.

O processo está longe de ser simples. Conforme Hallawell, o visagismo está fundamentado em arte e ciência, sendo um método interdisciplinar, envolvendo linguagem visual, psicologia, neurobiologia, antropologia e sociologia. É um trabalho complexo, profundo e que exige dedicação de profissionais como cirurgiões plásticos e dermatologistas que realizam intervenções estéticas, para conseguir entregar o melhor resultado possível, sendo não apenas bem executado, mas que consiga traduzir com precisão a identidade do paciente, ajudando na melhora da autoestima e também nas suas relações de convívio social.

Na visão de Hallawell, a área da beleza, incluindo a cosmiatria, só é pouco apreciada por aqueles que ignoram que o trabalho não se resume a uma questão estritamente estética. O objetivo, conforme explica, não se limita a deixar a pessoa mais bonita seguindo padrões pré-estabelecidos por terceiros, conforme entende o senso comum, mas sim a equilibrar a identidade subjetiva do Ser com a imagem que cada um manifesta no mundo.

“A imagem de uma pessoa é sua identidade visual. Isso é uma coisa séria, porque a imagem tem que estar alinhada, em sintonia, com o senso de identidade da pessoa. Não é somente estar bonito ou bonita. Você tem que dizer à sua imagem quem você é, quais são suas qualidades, e isso tem que ser autêntico, de acordo com quem realmente você é”, explica o arte-educador.

Uma frase que Hallawell leva ao cerne de sua abordagem do visagismo pertence à Fernand Aubry: “Não existe mulher sem beleza, somente belezas que ainda não foram reveladas”. Para o papa do visagismo, isso quer dizer que todos têm qualidades e capacidade de ter algo que o faça sentir-se e, portanto, expressar-se, de uma maneira atraente. Cabe ao médico conseguir encontrá-las e traduzi-las na hora da execução do procedimento estético, equilibrando as formas ou corrigindo traços físicos de acordo com a necessidade identitária de cada paciente.

Sobre Philip Hallawell

Nascido em São Paulo, em 1951, Philip Hallawell, teve sua formação na Inglaterra e nos Estados Unidos. Como artista plástico, contabiliza mais de 50 exposições ao longo da carreira. É mestre desenhista e profundo conhecedor da linguagem visual. Há 40 anos pesquisa como o cérebro percebe e processa imagens. Seu trabalho de visagismo é baseado na associação de vários trabalhos científicos nas áreas de psicologia, da neurobiologia e antropologia, com os fundamentos da linguagem visual, tendo revolucionado a área com seu método inédito.

Como arte-educador desde 1983, escreveu quatro livros, apresentou, criou a Oficina de Desenho no programa “Revistinha”, da TV Cultura (entre 1989 e 1991), e também a série de 26 episódios chamada “À Mão Livre – A Linguagem do Desenho”, baseada em livro homônimo de sua autoria, para a TV Cultura (1994). Hallawell é conferencista altamente requisitado nas áreas de beleza, estética e artes, e também dirige, ao lado da esposa Sonia Hallawell, o Centro de Visagismo Philip Hallawell.

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