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Urgência e emergência na dermatologia: você está preparado?

Procedimentos e tratamentos estéticos não estão imunes a intercorrências. Confira o mínimo que você precisa saber sobre o assunto para uma realização segura de procedimentos estéticos clínicos, ainda que pouco invasivos.

Dominar os protocolos mais essenciais do atendimento a emergências e urgências é fundamental para dermatologistas e cirurgiões plásticos que realizam procedimentos estéticos, ainda que pouco invasivos. Afinal, por mais controlados que sejam os espaços clínico e cirúrgico, e por mais que você domine suas técnicas, às vezes não há como prever complicações que demandem esse atendimento imediato.

Você sabe como reagiria caso um paciente apresentasse quadro de parada cardiorrespiratória? Como diagnosticar e manejar choque anafilático, crise asmática, insuficiência respiratória, arritmia, crise hipertensiva ou convulsiva, síncope vasovagal ou intoxicação anestésica? Todos esses cenários são decorrências possíveis de uma complicação do procedimento estético para a qual você precisa estar preparado, inclusive para minimizar o risco de ocorrência.

Se, até aqui, você sente que pensou pouco sobre isso e deseja se preparar melhor, confira dois aspectos básicos que a equipe do Instituto Lapidare elencou para ajudar nesse processo.

#1 Tenha a estrutura necessária para atender intercorrências

O Conselho Federal de Medicina (CFM) disciplina uma listagem mínima de medicamentos e equipamentos para atender intercorrências em consultórios dermatológicos, de acordo com o grupo em que se enquadram. Os grupos são classificados da seguinte maneira, nos termos do órgão regulador:

⦁ Consultório de Dermatologia do Grupo 1: realiza medicina básica, sem procedimentos.
⦁ Consultório de Dermatologia do Grupo 2: consultórios ou serviços onde se executam procedimentos sem anestesia local e sem sedação.
⦁ Consultório de Dermatologia do Grupo 3: consultórios ou serviços com procedimentos invasivos de riscos de anafilaxias, insuficiência respiratória e cardiovascular, inclusive os com anestesia local sem sedação ou consultórios ou serviços onde se aplicam procedimentos com sedação leve e moderada.

O grupo 3 está dividido em dois tipos:
a) consultórios que realizam anestesia local sem sedação;
b) consultórios que realizam procedimentos com sedação leve ou moderada.

Para os consultórios do Grupo 3, é obrigatório ter alguns equipamentos e medicamentos mínimos para o atendimento de intercorrências. A lista para os consultórios deste grupo que realizam anestesia local sem sedação, dessensibilização e provocação com antígenos inclui:

⦁ Cânulas orofaríngeas (Guedel) (essencial)
⦁ Desfibrilador Externo Automático (DEA) (essencial)
⦁ Fonte (fixa ou cilindro) de oxigênio com máscara aplicadora e umidificador (essencial)
⦁ Oxímetro de pulso (essencial)
⦁ Ventilador manual do tipo balão autoinflável com reservatório e máscara (essencial)
⦁ Seringas, agulhas e equipo para aplicação endovenosa (essencial)
⦁ Escalpe; butterfly e intracath (com todo o material para a introdução)
⦁ EPI para atendimento das intercorrências (luvas, máscaras e óculos) (essencial)
⦁ Gaze, algodão, ataduras de crepe
⦁ Caixa rígida coletora para material perfurocortante
⦁ Medicamentos para atendimento de parada cardiorrespiratória e anafilaxia (essencial): adrenalina (Epinefrina), água destilada, dexametasona, diazepam, dipirona, glicose, hidrocortisona, prometazina, solução fisiológica.

No caso dos consultórios que realizam procedimentos com sedação leve ou moderada, é obrigatório ter os seguintes equipamentos e medicamentos mínimos para o atendimento de intercorrências:

⦁ Um aspirador de secreções (essencial)
⦁ Desfibrilador automático externo (DEA) (essencial)
⦁ Máscara laríngea (essencial)
⦁ Fonte (fixa ou cilindro) de oxigênio com máscara aplicadora e umidificador (essencial)
⦁ Oxímetro de pulso (essencial)
⦁ Ventilador manual do tipo balão autoinflável com reservatório e máscara (essencial)
⦁ Cânulas / tubos endotraqueais (essencial)
⦁ Cânulas naso ou orofaríngeas (essencial)
⦁ Seringas, agulhas e equipo para aplicação endovenosa (essencial)
⦁ Sondas para aspiração (essencial)
⦁ EPI para atendimento das intercorrências (luvas, máscaras e óculos) (essencial)
⦁ Medicamentos para atendimento de parada cardiorrespiratória e anafilaxia (essencial): adrenalina, água destilada, amiodarona, atropina, brometo de ipratrópio, cloreto de potássio, dexametasona, diazepam, dipirona, dobutamina, dopamina, escopolamina, fenitoína, fenobarbital, furosemida, glicose, haloperidol, hidantoína, hidrocortisona, insulina, isossorbida, lidocaina, midazolam, ringer lactato, soro glico-fisiológico e soro glicosado.

Tenha em mente que não basta apenas ter esses insumos, também é preciso estar treinado para o manejo, e/ou contar com uma equipe preparada para o atendimento emergencial que possa prestar esse apoio dentro do seu consultório.

#2 Mantenha-se atualizado nos protocolos de Suporte Básico de Vida (BLS)

Mesmo técnicas aparentemente simples, como a Reanimação Cardiopulmonar (RCP), podem ser executadas de maneira muito mais assertiva. Em 2005, a revista científica Resuscitation Journal (UE) apontou que em 46% de todos os casos os profissionais da saúde (inclusive médicos) realizavam recuo de compressão incompleto durante um RCP.

De lá para cá, a tecnologia de treinamento evoluiu muito e, na metade de 2019, um instituto de pesquisa japonês – em parceria com a American Heart Association (AHA) – testou 600 pessoas para descobrir qual a melhor maneira de treiná-los para fazer QCPR (High-Quality Cardiopulmonary Resuscitation), ou Reanimação Cardiopulmonar de Alta Performance.

Todos já tinham passado por treinamentos em RCP ao longo de sua vida. Foi proposto ao grupo um novo treino, sendo que metade das pessoas praticou em bonecos comuns e a outra metade usou bonecos Little Anne QCPR – tecnologia de simulação realística que fornece feedback em tempo real.

A pesquisa revelou que o feedback em tempo real, fornecido pelos bonecos para um display via bluetooth, ajudou os treinandos a performar com muito mais precisão e eficiência, principalmente a profundidade de compressão correta para cada vítima. Eles melhoraram a qualidade de sua performance em 39%, ao passo em que quem treinou em bonecos comuns, aperfeiçoou apenas em 20% as suas técnicas após o novo treinamento.
Os dados evidenciam duas realidades importantes:

⦁ A primeira é que, por mais que você tenha passado por treinamento de RCP na universidade ou em algum outro momento ao longo da carreira, é bem provável que sua técnica possa ser muito aprimorada com novos treinamentos;
⦁ A segunda é que o constante avanço tecnológico permite aperfeiçoamento ainda maior da prática médica. Por isso, quem deseja se manter atualizado num mercado amplamente competitivo, como o da medicina aplicada à estética, precisa acompanhar essa transformação por meio de treinamentos periódicos.

Além do RCP de alta performance, outra exigência mínima para os consultórios e clínicas realmente preparadas para lidar com situações de emergência é ter saber usar o Desfibrilador Externo Automático (DEA/DAE). Esse modelo pode, inclusive, ser usado por pessoas leigas, desde que tenham passado por treinamento.

O aparelho tem a mesma função do desfibrilador usado nos hospitais, mas também é capaz de verificar o ritmo de batimento cardíaco do paciente e, caso necessário, realizar a descarga elétrica já com a carga adequada.

O uso do DEA/DAE é um dos conhecimentos transmitidos em alguns cursos de Suporte Básico de Vida (ou Basic Life Support – BLS). A capacitação para o atendimento ao suporte básico de vida também precisa incluir RCP de alta performance, avaliação da vítima e protocolos de atendimento imediato a emergências cardíacas, respiratórias e desobstrução de vias aéreas.

#Diferencial: faça um curso específico para complicações dermatológicas

O Instituto Lapidare desenvolveu um modelo de curso específico para o atendimento de complicações dermatológicas, voltado para médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos e vasculares que realizam procedimentos estéticos clínicos, ainda que pouco invasivos.

Com dois dias de duração, o treinamento é dividido em 4 etapas:
⦁ Demonstração prática em fresh frozen specimenn.
⦁ Complicações dos injetáveis em dermatologia.
⦁ Urgência e emergências em dermatologia.
⦁ Treinamento em suporte básico de vida (BLS).

Durante prática em cadáveres fresh frozen (um dos grandes diferenciais do Instituto Lapidare, viabilizado pela parceria com o ITC), são identificados e demonstrados os principais vasos da face; a correlação anatômica área injetada e campo de necrose/oclusão; o uso da cânula e agulha em cada área para tornar o procedimento mais seguro; a diluição Hialuronidase e técnica de aplicação com cânula e agulha; a área de aplicação da Hialuronidase retrobulbar; entre outras outras simulações práticas e atendimento de dúvidas dos médicos.

Na sequência, os treinandos recebem uma atualização sobre as complicações dos injetáveis em dermatologia. São abordados tópicos como: diagnóstico e manejo de complicações, agudas ou crônicas, por preenchedores; como minimizar o risco de complicações; identificação e manejo de complicações da toxina botulínica; complicações em mesoterapia e outros injetáveis; diagnóstico, exames e tratamentos das infecções crônicas por injetáveis (biofilmes e microbacterioses).

O conteúdo dedicado a capacitar para urgência e emergência em dermatologia inclui a montagem de uma equipe de emergência; lista de medicamentos e materiais essenciais; identificação e manejo de choque anafilático e outras alergias, bem como crise asmática, insuficiência respiratória, crise hipertensiva, arritmias, convulsões, síncope vasovagal e intoxicação anestésica (incluindo o cálculo da dosagem dos produtos e tópicos).

Por fim, são empregadas tecnologias de simulação realística para o treinamento em BLS. A prática agrega técnicas de reanimação cardiopulmonar de alta performance, segundo os protocolos da AHA; avaliação da vítima, emergências cardíacas, respiratórias e desobstrução de vias aéreas; além do treinamento com o Desfibrilador Automático Externo em bonecos bonecos Little Anne QCPR, simulando diferentes cenários com feedback em tempo real para dispositivos eletrônicos via bluetooth.

Se você se interessou e quer saber mais, acesse informações adicionais sobre o curso de Complicações Dermatológicas do Instituto Lapidare clicando aqui.

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